quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Babalorixás brazucas na TV

Passei um dia por mês, entre janeiro e setembro, na Igreja Internacional da Graça de Deus, do Soares (primo e ex-sócio do Macedo Bezerra), fazendo dublagem para o Inglês e ganhando uma micharia, já que demorava 1 hora pra chegar lá, uma para voltar, e só deixavam trabalhar 3 horas. Vc vai até ver no site deles do que se trata (http://www.ongrace.com) Ironicamante, ou não, todo mundo que trabalha na área de dublagem (fora os gringos) é da Congregação Cristã no Brasil (http://www.cacp.org.br/ccb.htm). Estão lá na expectativa de que o mesmo vai acontecer com eles que aconteceu com os sortudos que comecaram carriera na rede Record e agora estão fazendo novela e amizades com ex-artistas globais. Um fofoca interessante é que a Casas Bahia queria comprar espaço no programa do RRSoares, mas ele não vendeu por que ganha mais com doações que com um eventual acordo com a CB. Bem, foi o que me disseram.

Na verdade as pessoas que trabalham lá são muito legais, e o clima até que é bom. No começo fiquei na minha, mas logo percebi que os caras da Congregação são cristãos sérios, daqueles que pensam que cada pessoa é dono do próprio nariz e que a única pessoal responsável por sua vida é vc mesmo. Daí que não concordam plenamente com o conteúdo dos programas.

Pelo que vi, vontade e $$ não falta (falta só para os dubladores). Os seis programas produzidos pela rede são traduzidos e dublados em espanhol e inglês. É tudo meio improvisado, com mil e umas antenas de satelite espalhados pelo quintal da sede na marginal, e tem até tambor de torre de celular encostada nas salas de dublagem. (Falei pro pessoal lá que o tambor da torre de celular tem que ter recuo de no minimo 20 pés ( 7 metros) pelas leis internacionais por causa da radiação. Não sei se foi por isso, ou por me declarar candomblecista que o telefone parou de tocar………) Enfim, pelo menos a IIGD não parece cair matando nos cultos afros, prefere vender ‘titulos’ por R$300,00 para os fieis, que viram ‘sócios’ do emprendimento ‘internacional’. Chique.
Confesso que rolou uma inveja por minha parte: quando morava nos EUA ligava a tv e via babalaôs cubanos, sacerdotes haitianos, até nossos queridos babalorixás brazucas com programinhas de tv. E nós aqui representados pelo Pai Celso de Oxalá no ringue vale-tudo da Luciana.

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