segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Cuba 1 - chegando

Cheguei em Havana de férias, ainda assim estava esperançoso de algum contacto com a santeria. Tinha tentando, pela internet, conhecer pelo menos um cubano capaz de me explicar como funcionam as coisas lá. Recebi um e-mail da Associação Cultural Yoruba que dizia apenas: podemos te ajudar. Mas não tinha nome. Escrevi de volta pedindo nome de alguém. Não fui respondido. Por sorte, e muita, uma amiga de uma amiga, com quem queria começar uma amizade melhor, tinha ido para Cuba e se apaixonado logo na primeira noite por Eduardo Tosta, filho de Xangô e, como 90% dos cubanos, 'santeiro' ('borizado' com diz o p-d-santo). Sorte maior minha por que Eduardo estava esperando a burocracia cubana liberar-lo para voltar para o Brasil.
Então, tínhamos marcado, por e-mail, um encontro em Havana no primeiro dia, logo de manhã. Que vulnerabilidade! E pior ainda, ele não apareceu. Liguei para a mãe dele, que disse que ele estava no hospital. Que merda! Lá pelas tantas resolvi visitar a Associação Cultural Yoruba. Cheguei lá e tinha uma multidão nervosa querendo acabar com o lugar. Centenas de pessoas passaram pela entrada do prédio para ver o Odu que regeria o ano. Estava pasmo com aquilo. "A letra del año" é "sacada" por CENTENAS de babalaos cubanos. E tem mais, existem vários grupos de babalaos, todos brigando pelo título de legitimidade maior. O grupo da Associação tem o aval do Castro, e, por sinal, não criticam o governo. Um dos outros grupos (Os Ancianos) não hesita em criticar, caso o Odu queira fazer recomendações contra o governo.

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